Tanatopraxia

Importância

A importância da higienização e aplicação de técnicas de conservação cadavérica

O fenômeno da morte se dá imediatamente após a cessação das funções vitais e reúne, numa série de processos transformativos orgânicos, a autólise celular, que leva, progressivamente, à decomposição cadavérica.

Estes processos bioquímicos, na sua evolução, desencadeiam a putrefação cadavérica, na dependência de fatores ambientais e ainda aqueles relacionados com o mecanismo de morte. Entretanto, independente da etiologia da morte, o processo de autólise tecidual leva a uma rápida produção de radicais ácidos e liberação de enzimas que disseminam e facilitam a destruição autolítica dos órgãos.

Seguindo a cronologia, a decomposição dos tecidos ainda se faz pela proliferação bacteriana que já se encontrava no próprio organismo e é acelerada pela ausência de oxigênio e também pela temperatura ambiente, geralmente muito alta no nosso Estado.

Com a evolução dos fenômenos cadavéricos, ocorre o progressivo escurecimento da pele e a distensão das cavidades pela formação de gases, com a saída de secreções, líquidos biológicos e gases e desprendimento de metano, gás sulfídrico, amônia, nitrogenados e compostos alcalóides, com odor nauseante e repulsivo, oriundos do processo de decomposição.

Numa fase posterior, a putrefação cadavérica é também determinada pela ação da fauna cadavérica que rapidamente é atraída pelo tecido decomposto e se reproduz, levando a dissolução dos tecidos.

Como podemos depreender, o contato do cadáver com o meio ambiente e com familiares pode causar sérios danos a saúde, principalmente em velórios e cerimônias de corpo presente. A proximidade das pessoas ao corpo em decomposição, respirando no mesmo ambiente, o que é exalado dos produtos desta decomposição, podem certamente produzir sérios riscos e propensão a infecções pulmonares, sobretudo em crianças e

Portanto faz necessário, sempre que houver morte, proceder, no mínimo, a uma correta higienização cadavérica, para que os riscos desta contaminação ambiental e pessoal, possa ser minimizada. Tal preparação inclui desde a inoculação de substâncias bactericidas e bacteriostáticas até a preparação, mais elaborada, com fluidos especiais para conservação do cadáver por vários dias ou semanas, caso necessite longos translados ou viagens internacionais. Tais procedimentos já se encontram normatizados, em legislação específica, nos países desenvolvidos, por exigência dos órgãos de saúde pública e autoridades sanitárias.